Aécio: antecipação de eleições só serviria para fragilizar impeachment



Aécio: antecipação de eleições só serviria para 'fragilizar' impeachment

Para presidente do PSDB, convocar pleito para outubro é 'utópico'.
Renan Calheiros se disse a favor da antecipação de eleições gerais.

Gustavo GarciaDo G1, em Brasíl



O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse nesta terça-feira (5) que medidas alternativas ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, como a convocação de novas eleições, “servem apenas para "fragilizar" a tese do impedimento da petista.

Nesta terça, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se disse favorável à antecipação de eleições gerais, para presidente, senadores e deputados. Na segunda, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) propôs em discurso no plenário a antecipação da eleição presidencial para outubro, a fim de que fosse realizada junto com as eleições municipais deste ano.

“Neste instante, quaisquer dessas medidas criativas e utópicas – porque não têm qualquer correlação com a realidade – servem apenas para fragilizar a tese do impeachment”, disse Aécio.

O tucano afirmou que não há convergência entre presidentes dos poderes para que uma proposta de emenda à Constituição (PEC), que antecipasse as eleições, tivesse condições de prosperar no Congresso Nacional.

“A PEC você pressupõe obviamente uma concordância daqueles que não se dispõem a fazê-lo. Para que haja uma PEC de antecipação das eleições, é claro que deve haver uma concordância da presidente da República para que haja a maioria da sua base. Tem que haver concordância do presidente da Câmara que preside o maior partido na Câmara dos Deputados. Isso é utópico hoje”, expôs Aécio Neves.

O presidente do PSDB disse também que uma eventual decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar a chapa Dilma-Temer pode levar muito tempo, o que, para ele, deixa essa possibilidade em segundo lugar em relação ao processo de impeachment.

O presidente do PSDB não quis comentar o processo de impeachment do vice-presidente da República, cujo andamento foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello.



“Isso não está colocado. Se vier a ser colocado amanhã, terá de ser discutido. Hoje, o que está posto é que existe uma comissão de impeachment instalada, com representação de todos os partidos, que se debruça sobre uma peça jurídica”, declarou.