Aécio Neves, líder da oposição |
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) criticou nesta quinta-feira (5) a presidente Dilma Rousseff, o PT e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), pelo que chamou de “interferências”, na disputa eleitoral em Belo Horizonte, contra a candidatura à reeleição do prefeito Marcio Lacerda (PSB).
Aécio rechaçou intervenções feitas por pessoas com militância política em outros Estados, e disse que “Minas não é uma província de segunda categoria”.
“Eu confesso que me surpreendi em ver a própria presidente da República –no momento em que o Brasil se vê aí paralisado por uma crise que o governo até ontem desconhecia–, ela para a sua agenda para interferir nos partidos e impor, como fez ao PMDB, que também interviesse”, disse.
A presidente Dilma atuou para que o PMDB desistisse de candidatura própria na capital mineira e passasse a apoiar o candidato petista, o ex-ministro Patrus Ananias.
O tucano emendou outra crítica ao mencionar Kassab, que preside o PSD nacional. Ao citar o fato de Dilma também ter “solicitado” a intervenção do prefeito de São Paulo na disputa em BH, afirmou que o prefeito de São Paulo “conhece muito pouco a realidade de Minas Gerais”.
Kassab havia acertado na quarta-feira (4), diretamente com a presidente Dilma Rousseff, o apoio do PSD-BH ao petista Patrus. Mas a situação está indefinida, porque o PSD de Belo Horizonte se rebelou e registrou na Justiça Eleitoral apoio à reeleição de Lacerda.
Aécio disse que o pedido a Kassab foi para ele “violentasse o sentimento de seus companheiros para intervir no partido”.
O tucano atacou também o PT, lembrando que há quatro anos os petistas impediram que o PSDB se aliasse a Lacerda formalmente, mas que agora “o partido abraça o Maluf em São Paulo”. Ele se refere ao fato de o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) ter se aliado ao PT na disputa paulistana.
Ele ainda criticou as intervenções do PT em São Paulo, contra a senadora Marta Suplicy (PT), e em Recife, quando anulou a prévia petista e impôs o senador Humberto Costa como candidato. “Sempre que o PT tem que optar entre o interesse público e o PT, fica com o PT”.
Aécio, que é um dos tucanos com pretensões de concorrer à sucessão presidencial de 2014, afirmou que não vai nacionalizar a campanha eleitoral em BH e que “em momento algum vai cair na armadilha de trazer 2014 para 2012″.
ALIANÇA
A aliança que o PT tinha em BH com o PSB e o PSDB deixou de existir depois que Lacerda negou aos petistas participação na chapa de vereadores. Aécio não quis que Lacerda cedesse a essa vontade petista e falou com o prefeito.
Ele negou que tenha imposto e ameaçado Lacerda. “Foi ponderação, solicitação nossa. Em nenhum momento impusemos absolutamente nada”, afirmou, acrescentando que Lacerda teve liberdade para tomar a decisão.
Fonte: www.boainformacao.com.br/ Paulo Peixoto/ BH