Aécio Líder da Oposição |
Aécio rebate Lula após o ex-presidente assumir interesse em 2014
GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
Apontado como pré-candidato do PSDB à Presidência em 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse nesta sexta-feira que as recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva "acentuam a necessidade de retorno do PSDB" ao comando do país. Aécio disse que Lula não pode impedir que seus adversários tenham o desejo de voltar ao poder.
"É legítimo que qualquer um postule o cargo de presidente da República. Mas não apenas para impedir que um adversário o faça. Seria mais proveitoso que o objetivo fosse em favor de um projeto novo. As últimas declarações do presidente Lula só acentuam a necessidade de retorno do PSDB para garantir a liberdade de imprensa e o respeito às instituições".
Aécio disse estar "surpreso" com as declarações de Lula, feitas ontem no programa do Ratinho, no SBT. "Os termos da declaração surpreendem, até porque quem define quem será a próxima pessoa a governar o país não é um cidadão, por mais força que ele julgue ter, mas sim os eleitores", disse Aécio.
Ontem, durante participação no programa do Ratinho, Lula afirmou que será candidato ao governo federal em 2014 apenas se a presidente Dilma Rousseff não tiver interesse de se reeleger. Na sequência disse: "Não posso deixar que um tucano volte a governar."
Sobre o episódio com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, Lula afirmou que "quem inventou a história, que prove a história. Eu acho que o tempo se encarrega", afirmou.
O ex-presidente foi acusado por Mendes de tentar influenciar no julgamento do mensalão, previsto para acontecer neste ano. A polêmica começou após reportagem da revista "Veja" revelar um encontro que eles tiveram no último dia 26 de abril, no escritório do ex-ministro do STF Nelson Jobim, em Brasília.
O ministro afirmou à revista que Lula defendeu o adiamento do julgamento, previsto para ocorrer até agosto, e que o ex-presidente chegou a prometer uma blindagem a eventuais acusações contra Gilmar Mendes na CPI do Cachoeira.