Aécio Neves líder da oposição |
Camila Campanerut
Do UOL, em Brasília
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), principal figura tucana em evento com pré-candidatos a prefeito em Brasília, nesta quarta-feira (30), se disse surpreso com a atitude do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de pedir ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes ajuda para adiar o julgamento do mensalão.
“Não era essa a expectativa. Fica um ensinamento para todos: ninguém está acima da lei e ninguém pode tudo no Brasil, um país que preza a democracia”, disse o tucano.
Em troca, Lula queria uma posição favorável de Mendes para adiar até o ano que vem o julgamento sobre o mensalão.Segundo reportagem da revista "Veja", Lula e Mendes teriam se encontrado em abril. Na ocasião, o ex-presidente oferecera "proteção" ao ministro, que poderia ter o nome citado na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do Cachoeira --que investiga os negócios do bicheiro Carlinhos Cachoeira com agentes públicos.
O caso do mensalão, que em 2005 levou à renúncia de vários ministros, entre eles José Dirceu, da Casa Civil, e Antônio Palocci, da Fazenda, os mais próximos de Lula na época, deverá ser julgado nos próximos meses pelo Supremo.
Para o Aécio Neves, o “excesso” deverá ser julgado pela população brasileira. O episódio, na visão do senador, gerou constrangimento aos aliados do ex-presidente.
Eleições
Em discurso para os pré-candidatos a prefeito, Aécio disse que deve haver uma unificação do discurso de campanha com relação a temas nacionais, como segurança pública e saúde.
Em sua fala, que abriu o evento, o tucano disse que a conjuntura atual do país revela a “mais perversa concentração tributária da história do Brasil”.