Patrus apoia Lacerda e diz : "Situação do PT de BH não é boa"

O ex-ministro Patrus Ananias disse nesta segunda-feira à Folha que a situação do PT em Belo Horizonte "não é boa" devido ao conflito interno sobre apoiar ou não a reeleição do prefeito Marcio Lacerda (PSB) --com o PSDB na aliança.   O ambiente no PT-BH piorou com as suspeitas de que grupos contrários ao apoio a Lacerda vazaram informações fiscais sobre o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento Industrial).

"A situação do PT em BH hoje não é boa, vamos ser claros. Precisamos construir a unidade do partido", disse Patrus, um dos principais líderes do PT mineiro.
O ex-ministro do Bolsa Família do governo Lula, porém, disse que não falará "absolutamente nada" sobre o caso de Pimentel --que montou uma consultoria em 2009 e, em dois anos, ganhou cerca de R$ 2 milhões.

"Eu tive --não terei mais-- algumas disputas com o Fernando, mas a nossa relação de amizade foi rigorosamente preservada", disse Patrus.
"A gente mantém um canal de conversa, de apreço e respeito recíproco."

Patrus afirmou que está disposto a trabalhar nesse "momento de desafio" do PT de BH. "Vejo que o partido está muito dividido e acho que essas posições são naturais", disse. "Sinto que falta um espaço de debate interno democrático, no sentido de criar um certo consenso."
Patrus caminha para o apoio a Lacerda, mesma posição de Pimentel.

Em 2008, Patrus se manteve distante da campanha eleitoral, por divergir das posições de Pimentel. Agora, o próprio Patrus disse à Folha estar mais próximo do prefeito da aliança PSB-PT-PSDB.
"Tenho hoje uma boa relação com o prefeito Marcio Lacerda. Não seria verdadeiro se não dissesse. Eu participo, inclusive, a convite dele, de um conselho consultivo, estratégico, suprapartidário, não remunerado, que reúne lideranças da cidade. É um espaço importante."
Patrus está de volta às aulas na PUC-MG, onde leciona direito. Está também à frente da editora da universidade católica. Trabalha ainda na Assembleia Legislativa.
"Tenho que pagar minhas contas no final do mês", disse ele, ao acrescentar que, mesmo com tempo limitado, vai se dedicar à pacificação do PT. "Se vamos ter êxito, vamos ver mais na frente."

 Folha de São Paulo