De Aécio Neves (PSDB-MG), hoje, em discurso no Senado:
"(...) a proposta chegou ao Senado no dia 7 de abril. A ilustre relatora, a Senadora Marta Suplicy, entregou seu competente parecer no dia 12 de abril e nós votamos algo dessa relevância no dia 13 de abril, sem qualquer discussão mais profunda sobre os seus impactos.
Portanto, o Governo usou aqui, mais uma vez, o poder da sua pressão e da sua força para garantir a aprovação de uma medida que, do ponto de vista técnico, se mostrou absolutamente despropositada. E o resultado está consagrado pela ausência de interessados no leilão desta semana.
Até hoje, não se sabe, Srs. Senadores, exatamente quanto custará esse projeto ao final. E menos ainda tivemos a oportunidade de discutir as vantagens ou as desvantagens comparativas em relação a outros investimentos em infraestrutura.
O trem-bala, no começo - os Srs. Senadores se lembrarão disso -, custaria, em 2008, R$20 bilhões. Ele seria licitado no ano seguinte, para circular em 2014.
Em julho de 2010, o preço já havia saltado para R$33 bilhões e a inauguração ficaria para o ano de 2016. O preço final, porém, já não será mais esse que havia sido inflado já em 55%.
Especula-se, agora, um aumento de mais R$20 bilhões, fazendo com que o custo chegasse a R$53 bilhões.
Só a título de comparação, isto resume o absurdo dessa priorização feita pelo Governo: o orçamento do PAC, Srs. Senadores, previa, entre os anos de 2007 e 2010, para as obras de metrô em todo o Brasil R$ 3,1 bilhões. Apenas R$3,1 bilhões!
Com os R$53 bilhões previstos hoje para o trem-bala, serão gastos 17 vezes mais do que o Governo pensou em investir em metrô em todo o Brasil nos últimos quatro anos.
E, se compararmos a população que poderia ser atendida com esses recursos, os números são muito mais chocantes. Os parcos R$3,1 bilhões - são números do PAC - beneficiariam 609 milhões de passageiros e os R$53 bilhões do trem-bala atenderiam apenas 3,8 milhões de passageiros.
São 609 milhões contra 3,8 milhões.
Em resumo, o Governo do PT acha que é mais justo gastar 17 vezes mais para atender 160 vezes menos passageiros."
Coluna de Ricardo Noblat
"(...) a proposta chegou ao Senado no dia 7 de abril. A ilustre relatora, a Senadora Marta Suplicy, entregou seu competente parecer no dia 12 de abril e nós votamos algo dessa relevância no dia 13 de abril, sem qualquer discussão mais profunda sobre os seus impactos.
Portanto, o Governo usou aqui, mais uma vez, o poder da sua pressão e da sua força para garantir a aprovação de uma medida que, do ponto de vista técnico, se mostrou absolutamente despropositada. E o resultado está consagrado pela ausência de interessados no leilão desta semana.
Até hoje, não se sabe, Srs. Senadores, exatamente quanto custará esse projeto ao final. E menos ainda tivemos a oportunidade de discutir as vantagens ou as desvantagens comparativas em relação a outros investimentos em infraestrutura.
O trem-bala, no começo - os Srs. Senadores se lembrarão disso -, custaria, em 2008, R$20 bilhões. Ele seria licitado no ano seguinte, para circular em 2014.
Em julho de 2010, o preço já havia saltado para R$33 bilhões e a inauguração ficaria para o ano de 2016. O preço final, porém, já não será mais esse que havia sido inflado já em 55%.
Especula-se, agora, um aumento de mais R$20 bilhões, fazendo com que o custo chegasse a R$53 bilhões.
Só a título de comparação, isto resume o absurdo dessa priorização feita pelo Governo: o orçamento do PAC, Srs. Senadores, previa, entre os anos de 2007 e 2010, para as obras de metrô em todo o Brasil R$ 3,1 bilhões. Apenas R$3,1 bilhões!
Com os R$53 bilhões previstos hoje para o trem-bala, serão gastos 17 vezes mais do que o Governo pensou em investir em metrô em todo o Brasil nos últimos quatro anos.
E, se compararmos a população que poderia ser atendida com esses recursos, os números são muito mais chocantes. Os parcos R$3,1 bilhões - são números do PAC - beneficiariam 609 milhões de passageiros e os R$53 bilhões do trem-bala atenderiam apenas 3,8 milhões de passageiros.
São 609 milhões contra 3,8 milhões.
Em resumo, o Governo do PT acha que é mais justo gastar 17 vezes mais para atender 160 vezes menos passageiros."
Coluna de Ricardo Noblat