Os oito governadores eleitos do PSDB decidiram, no primeiro encontro do grupo, manter uma relação de proximidade com a presidente eleita, Dilma Rousseff. Próxima reunião será em BH
Ezequiel Fagundes
michel rios/divulgação
Governadores do PSDB, reunidos em Maceió, amenizam o discurso oposicionista e decidem por um relacionamento respeitoso com Dilma
Dois meses depois das eleições, os oito governadores eleitos e reeleitos do PSDB defenderam ontem, durante encontro do partido em Maceió, em Alagoas, uma aproximação com o governo da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT). Porta-voz do encontro, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), declarou que não cabe aos governadores fazer oposição ao governo federal. "Essa é uma tarefa partidária, que está mais afeita à bancada do partido na Câmara e no Senado, mesmo assim, vamos fazer oposição de qualidade", afirmou Guerra.
Em entrevista, o governador Antonio Anastasia ressaltou que Minas sempre teve uma boa relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante os quase oito anos de gestão do ex-governador Aécio Neves. "Tenho certeza de que vamos ter com a presidente Dilma um relacionamento respeitoso e federativo, como tivemos ao longo dos últimos anos", afirmou Anastasia.
Além de fazer uma oposição responsável e de qualidade, Anastasia defendeu uma maior aproximação das lideranças do partido com a população. A fala do tucano mineiro pode ser considerada uma crítica ao isolamento do presidenciável José Serra (PSDB-SP) na disputa eleitoral de outubro.
Questionado como fortalecer o partido, Anastasia declarou: "Cada vez mais ouvindo a sociedade, participando com as entidades da sociedade civil, com os sindicatos, com as universidades, apresentando nossos programas. Cada estado aqui governado pelo PSDB tem programas muito exitosos que têm de ser compartilhados e difundidos para levarmos à população do Brasil", explicou.
Anfitrião da reunião, o governador Teotônio Vilela Filho recorreu a uma frase de uma música de Chico Buarque e Gilberto Gil em resposta se faria oposição ao governo Dilma. "Afasta de mim esse cálice", brincou. Para Vilela, um estado como Alagoas - que concentra os piores indicadores sociais do país - não pode brigar com o governo federal.
O governador de Goiás, Marconi Perillo foi na mesma linha dos seus colegas. "Não existe governo contra governo", afirmou. Além deles, participaram do encontro mais cinco governadores: Geraldo Alckmin, de São Paulo, Beto Richa, do Paraná, Siqueira Campos, do Tocantins, Simão Jatene, do Pará e Anchieta Júnior, de Roraima.
Reivindicações Ao fim do encontro, que foi realizado a portas fechadas, os governadores divulgaram um documento intitulado de "Carta de Maceió" com intenções e propostas de atuação em conjunto. Entre as propostas, eles reivindicam um maior financiamento do governo federal na área de segurança pública e a instalação do estaleiro Eisa, em Alagoas.
O documento traz ainda a posição dos governadores com relação ao pacto federativo. Para eles, cada governador deve colaborar de forma crítica e democrática com o governo federal para restabelecer o equilíbrio da federação. "São propostas comuns que deverão ser trabalhadas pelo grupo, em bloco. Só assim seremos mais fortes e teremos melhores condições de êxito", destacou Alckmin. Ficou decidido ainda que o próximo encontro será realizado em março em Belo Horizonte. (com agências)
Ezequiel Fagundes
michel rios/divulgação
Governadores do PSDB, reunidos em Maceió, amenizam o discurso oposicionista e decidem por um relacionamento respeitoso com Dilma
Dois meses depois das eleições, os oito governadores eleitos e reeleitos do PSDB defenderam ontem, durante encontro do partido em Maceió, em Alagoas, uma aproximação com o governo da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT). Porta-voz do encontro, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), declarou que não cabe aos governadores fazer oposição ao governo federal. "Essa é uma tarefa partidária, que está mais afeita à bancada do partido na Câmara e no Senado, mesmo assim, vamos fazer oposição de qualidade", afirmou Guerra.
Em entrevista, o governador Antonio Anastasia ressaltou que Minas sempre teve uma boa relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante os quase oito anos de gestão do ex-governador Aécio Neves. "Tenho certeza de que vamos ter com a presidente Dilma um relacionamento respeitoso e federativo, como tivemos ao longo dos últimos anos", afirmou Anastasia.
Além de fazer uma oposição responsável e de qualidade, Anastasia defendeu uma maior aproximação das lideranças do partido com a população. A fala do tucano mineiro pode ser considerada uma crítica ao isolamento do presidenciável José Serra (PSDB-SP) na disputa eleitoral de outubro.
Questionado como fortalecer o partido, Anastasia declarou: "Cada vez mais ouvindo a sociedade, participando com as entidades da sociedade civil, com os sindicatos, com as universidades, apresentando nossos programas. Cada estado aqui governado pelo PSDB tem programas muito exitosos que têm de ser compartilhados e difundidos para levarmos à população do Brasil", explicou.
Anfitrião da reunião, o governador Teotônio Vilela Filho recorreu a uma frase de uma música de Chico Buarque e Gilberto Gil em resposta se faria oposição ao governo Dilma. "Afasta de mim esse cálice", brincou. Para Vilela, um estado como Alagoas - que concentra os piores indicadores sociais do país - não pode brigar com o governo federal.
O governador de Goiás, Marconi Perillo foi na mesma linha dos seus colegas. "Não existe governo contra governo", afirmou. Além deles, participaram do encontro mais cinco governadores: Geraldo Alckmin, de São Paulo, Beto Richa, do Paraná, Siqueira Campos, do Tocantins, Simão Jatene, do Pará e Anchieta Júnior, de Roraima.
Reivindicações Ao fim do encontro, que foi realizado a portas fechadas, os governadores divulgaram um documento intitulado de "Carta de Maceió" com intenções e propostas de atuação em conjunto. Entre as propostas, eles reivindicam um maior financiamento do governo federal na área de segurança pública e a instalação do estaleiro Eisa, em Alagoas.
O documento traz ainda a posição dos governadores com relação ao pacto federativo. Para eles, cada governador deve colaborar de forma crítica e democrática com o governo federal para restabelecer o equilíbrio da federação. "São propostas comuns que deverão ser trabalhadas pelo grupo, em bloco. Só assim seremos mais fortes e teremos melhores condições de êxito", destacou Alckmin. Ficou decidido ainda que o próximo encontro será realizado em março em Belo Horizonte. (com agências)